Posts Tagged ‘catamarã’

Big Brother Abrolhos 2009

julho 27, 2009
by Vagner Amstalden

by Vagner Amstalden

Você já se imaginou confinado num pequeno espaço, com pessoas desconhecidas, num lugar sem possibilidade de escape? Hummm…já viu esse filme (esse programa)?  Não, não é o Big Brother, é uma operação de mergulho live aboard, quédizê, ficamos embarcados direto, sem direito à terra firme. 

Publicada na Revista Mergulho jul/09

Publicada na Revista Mergulho jul/09

Só que ninguém foi eliminado ou competiu com os outros brothers;  pelo contrário, o ambiente foi de camaradagem e bom humor 24 horas por dia.  Poizé, eu me meti nessa aventura aquática, e só posso dizer que gostei muito!

Sunrise

Abrolhos Vagdive 2009 022

Foram quatro dias no mar do sul da Bahia: saindo de Caravelas são quatro horas de navegação.  Durante o dia ficamos submersos, à noite, ancorados perto das ilhas.

Rio Caravelas

A operação foi montada pela Calypso Brasil, e executada pela empresa Horizonte Aberto.  O catamarã é su-per-con-for-tá-vel, dentro dos limites de conforto de um barquinho em alto mar.

Catamfte

Catamfdos

Cabine1      Cabine4

A tripulação não poderia ser mais gentil, montavam todo o equipamento pelo menos duas vezes por dia (três, com os noturnos), davam toda a assistência…até um forró marítimo eles improvisaram para animar as scubas pés-de-valsa (ou de baião?)

Luluzinhas

O cozinheiro Adílson,  foi um personagem à parte: afora o talento para se virar naquela nanocozinha flutuante sem fazer bagunça nem sujeira, tirava da cartola (da caçarola) moquecas, peixes, filés mignons saladas, lasanhas e até pavês, superdisputados.  Acabou voltando conosco pro Rio (acho que foi um sequestro…)

cozinha

desayuno

desayuno

almoço

almoço

preguiça (mergulhar cansa)

preguiça (mergulhar cansa)

diner

diner

As equipes se dividiram entre os Alfa-divers, capitaneados pela Marise 🙂 sob orientação do dive master Mauro L. Reis…

Alfas

…e as Luluzinhas 😆 quatro aguerridas iniciantes (euzinha  incluída), dispostas a escanear os mares de Abrolhos. 

Lulus2

minhas poderosas red fins

minhas poderosas red fins

Nós fomos paparicadas guiadas pelo dive master Fábio Negrão, que participa do Projeto Coral Vivo, da Petrobrás.

Aliás, todo mundo que trabalha em Abrolhos acaba envolvido em algum projeto ecológico devido ao caráter fortemente preservacionista do Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, que foi o primeiro do Brasil, criado em 1983, abrindo caminho para o Parque Marinho de Fernando de Noronha e outros.

O desembarque é proibido em quase todas as ilhas, com exceção da Ilha Siriba (o ninhal dos Atobás) e da Santa Bárbara, restrita ao pessoal da Marinha e aos funcionários do Parque. 

by Elisa Quilula

by Elisa Quilula

A Siriba é um santuário de reprodução dos Atobás, pássaros que parecem feitos de pelúcia e lavados em Ariel, quando pequenos.

Atobas

Fizemos ao todo oito mergulhos, dois deles noturnos (minha estréia na soirée-sub), quando as cores estão mais impressionantes

by Vagner Amstalden

by Vagner Amstalden

e três naufrágios, Guadiana, Rosalinda (ainda com garrafas de cerveja) e Santa Catharina.  A visibilidade não estava muito boa (uns 8 metros), mas deu pra sentir a emoção de brincar num navio fantasma e descobrir algum tesouro.

pontinha do naufrágio

pontinha do naufrágio

As estruturas mais impressionantes são os chapeirões, verdadeiras catedrais de coral que crescem até 30 metros de altura a partir do fundo.

Chapeirão

Nessas catedrais vivem corais de cores indescritíveis, além de peixes criados pelo photoshop divino, de tantas cores que possuem. 

by Vagner Amstalden

by Vagner Amstalden

A fauna do arquipélago não é muito numerosa, mas é muito diversificada, ou seja, poucos indivíduos, mas inúmeras espécies.

by Tereza Maldonado

by Tereza Maldonado

by Vagner Amstalden

by Vagner Amstalden

by Elisa Quilula

by Elisa Quilula

Falando em espécies, a mais buscada foi a do mero, que o Mauro pesquisa para o Projeto Meros do Brasil.  Reza a lenda que um deles, de uns duzentos quilos, habita um dos naufrágios.  Ele  espera os mergulhadores passarem pra espia-los mansamente de trás, mas ninguém deu de cara com o doce monstrinho.

A rotina de mergulhos é muito cansativa: o horário de acordar é o do sol, pois o astro-rei entra pelas escotilhas da cabine  antes das seis da matina.  Até as oito já está todo mundo dentro d’agua, de barriguinha cheia.  Ao meio dia, almoço, com uma siesta em seguida.  Duas da tarde mais um mergulho, até o sol baixar e no comecinho da noite o mais espetacular de todos.

Matinal

Apesar de produzir muita endorfina, às vezes tínhamos que relaxar um pouco

vidão

Afinal, é duro viver no mar…

Sunset

Mais fotos aqui.