Tenho um amigo de 8 anos que me incumbiu de uma missão complicada: levar um bonequinho pra passear e tirar fotos.
Assim como no filme “Amélie Poulain”, em que um anão de jardim dá a volta ao mundo, chegou às minhas mãos um chaveirinho fofo, com o nome do professor do meu amiguinho, Mr. Grover, e eu deveria levá-lo a lugares históricos ou interessantes.
Lá foi Mr. Grover comigo pra Carrancas, disneilândia das cachoeiras.
Carrancas fica mais ou menos no sul de Minas, perto de São João del Rey, e tem a mesma formação geológica que a Serra da Canastra, com muitas cavernas e cachoeiras de água puríssima…
Cachoeira da Fumaça
É um marco importante no roteiro da Estrada Real…
…mas depois do declínio do ciclo do ouro ficou recolhida à produção agropecuária…
…com muitas florestas de eucaliptos.
bosque de eucaliptos
Carrancas tem cachoeiras paradisíacas, já foi cenário de novelas e conserva um ar pacato que já é difícil de detectar nas cidadezinhas mais próximas de grandes centros.
A região foi rica em fazendas coloniais, de plantações de café e, dizem as más línguas, criadouro de escravos.
Fazenda Bananal, 300 anos
tem umas redes aconchegantes e uma comidinha ótima
Mas o mais divertido na região são os “passeios molhados”, quédizê, as trilhas para as cachoeiras. Começamos com a mais próxima da cidade, o poço do Moinho:
Cachoeira do Moinho
Essa cachoeira fica numa trilhinha de dez minutos, e tem uma queda deliciosa. Fica bem pertinho de uma formação rochosa esculpida pela água com o singelo nome de poço do Coração
Poço do Coração
Imagina um ofurô…gelado?!?!!!! Ainda assim é muito bom.
O caminho pra cada poço já vale o passeio. Dá vontade de parar e curtir cada fiapinho de água…
Arbusto carvoeiro
As trilhas são enfeitadas por uma vegetação já de cerrado…
Jequitibá Rosa GIGANTE
Olha o Mr. Grover lá no tronco…
Espia quem veio nos dar as boas vindas!!!
No final da dura jornada, nada como uma paradinha pra descansar…
Taberna dos Inconfidentes
Carrancas não tem nenhum restaurante hypado nem bistrozinho charmoso, mas a comida mais gostosa é no Posto de Gasolina (!!!!!). É um PF pra caminhoneiro nenhum botar defeito, com uma salada fresquíssima: a mulher do dono tem uma hortinha, é bom reservar a “janta”, ela colhe tudo à tardinha e o feijão é inesquecível. Por ridículos R$ 11,00 (ON-ZE RE-AIS!!!!).
Dia seguinte, vamos pro Complexo da Zilda: um parque temático de cachoeiras, quedas d’água e riachinhos pra agradar qualquer fluviófilo, é programa pro dia todo, um monte de coisas pra ver…
Chegada à Zilda
Prainha da Zilda
Proa da Zilda
Escorrega da Zilda (foto antiga)
(cuidado com o biquíni…)
Cachoeira dos índios (na Zilda)
Caverna da Zilda
Mas o melhor ficou para o último dia: a Cachoeira da Esmeralda, cuja água justifica plenamente o nome…
Quero um brinco dessa água...
E o poço do Guatambu, que, segundo nosso guia Reginaldo, quer dizer madeira branca em tupi guarani. Por mim, podia ser até a tradução de cimento queimado, eu a-do-rei esse lugar…
The Best
Mas a água podia ser um tiquinho mais quente…
Con-ge-lan-do
No caminho de volta pro Rio ainda fizemos um shop-stop em Tiradentes (é caminho!)
Mas aí já é outra viagem, né?
Já estou sentindo falta daquele monstrinho azul na bolsa, me acompanhando na viagem.