Archive for the ‘Cartagena’ Category

Parque Tayrona – anexo da mana

junho 22, 2009

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A Carlota fez essa mesma viagem à Colômbia no carnaval, e uma das coisas que ela mais gostou (e eu não tive tempo de fazer) foi visitar o Parque Tayrona, em Santa Marta, um sub passeio pra fazer em  Cartagena.  A seguir psicoteclo o relato dela:

Colômbia também é ecoturismo! Em Santa Marta está o segredo ecológico mais diversificado do Caribe, o Parque Tayrona, que oferece uma miríade de programas de índio adoráveis, dentre eles a tal Ciudad Perdida, uma caminhada de seis dias pela trilha. Como nossa passagem foi breve, não tivemos oportunidade de desfrutar de muitas aventuras, mas com a pequena amostra do que foi possível conhecer em menos de 48 horas, ficou uma vontade imensa de voltar para aproveitar com calma o que essa terra tem para oferecer.

O último ônibus de Cartagena de Índias para Santa Marta saía às 7h ou 8h da matina, portanto resolvemos viajar num serviço de van contratado pelo próprio hotel. Apesar de ser um pouco mais caro que o ônibus, parece um serviço muito comum e bastante utilizado pelos colombianos, que, por unanimidade, não recomendam a viagem de ônibus.

Chegamos às 13h55 ao hotel, onde a van nos apanharia às 14h, mas eles já haviam passado. O próprio recepcionista (concierge dos pobres) se encarregou de resolver o problema, e conseguiu outra (tel 3114078685 Habib placa 516). e por volta de 14h30 já estávamos com o pé (as rodas) na estrada para uma viagem de umas 4 horas.

Em Santa Marta já tínhamos reserva no Hotel Nueva Granada  (Calle 12, No. 3-17, tel 4312568 e 4210685), que fica na parte antiga da cidade. O hotel é bem simplesinho, mas atendeu às nossas expectativas. Nosso tempo em Santa Marta era curto, precisávamos agilizar o passeio ao Parque Tayrona para o dia seguinte.

Como chegamos domingo à noite e o hotel foi bem recomendado, decidimos agendar lá mesmo nossa excursão para a manhã seguinte. A única opção oferecida para transporte até a entrada do parque nos apanharia no hotel às 10h30, e a informação obtida era a de que não valia a pena sair antes utilizando outro transporte, pois nesse caso, o ponto onde nos deixariam (El Zaino – km 35) ficava a pelo menos a 1 hora de caminhada da entrada do Parque.

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Comparada à Cartagena, Santa Marta é uma cidade muitíssimo mais modesta. Apesar da enorme quantidade de obras, a impressão é a de que o ecoturismo ali atrai mochileiros do mundo todo, sem a menor disposição para gastar dinheiro.  Nessa vibe “budget”, jantamos no Welcome, bem pertinho do hotel.

Aproveitamos o começo da manhã para comprar as passagens de ônibus para Caracas e fazer câmbio, e às 10h30 já estávamos no nosso transporte  😆 para a entrada do parque Tayrona.

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A primeira praia, Cañaveral, não é grande coisa e fica a uns 15 minutos a pé da entrada do parque. Ali estão instaladas os tais ecohabs, umas cabanas chiquezinhas, onde o povo se hospeda, faz massagens, banhos com ervas e terapias corporais… praticamente um spa indígena.

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As praias mais bacanas ficam depois da trilha de aproximadamente 1 hora de caminhada pela mata.

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O primeiro e o último terço dessa trilha são quase geriátricos, de tão fáceis, mas o terço médio tem umas pedras meio escorregadias e complicadas. Mesmo assim, nada a ponto de a chuva fina que começava a cair tornar desagradável a caminhada.

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Quando chegamos à praia de Arrecifes, embora o tempo já estivesse bem fechado, a imagem daquelas montanhas verdes ao fundo tornava impossível não notar a semelhança com o litoral da Rio-Santos.

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Como já eram quase 2 da tarde, pensamos em deixar alguma comida encomendada no único restaurante que havia por ali, para mastigar quando estivéssemos de volta, mas ao assuntar com o garçon, chegamos à conclusão de que o tempo estava escasso, pois o último transporte de volta para Santa Marta saía às 18h ou 18h30 – as informações eram controvertidas –  da entrada do parque, ponto que ficava ainda a 1 hora de trilha. Optamos então por prosseguir sem pensar em comida mesmo, e não nos arrependemos, pois as praias em seguida, Las Piscinas e Cabo San Juan, eram cada uma mais bonita do que a outra.

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Na última delas havia um camping, com estrutura bem simples, onde as pessoas dormem em redes.

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Os horários dos transportes indicam que ninguém vai ao Parque para voltar no mesmo dia. Só nós, que no dia seguinte iríamos de ônibus para a Venezuela. Já ia ficando tarde, mas não nos conseguíamos nos conformar em voltar sem pelo menos dar uma espiada naquelas praias lindas. Quando nos demos conta, já eram quase 17h, e ainda estávamos em Cabo San Juan. Voltamos em disparada, desembestadas pela trilha escorregadia, quando desabou o maior aguaceiro, encharcando nossas mochilas e documentos. Não sei como, mas conseguimos fazer o percurso todo em 45 minutos. Quando chegamos, acabava de sair um microônibus. Acabamos conseguindo outro transporte para Santa Marta e ficamos ao mesmo tempo felizes, porque precisávamos voltar para viajar no dia seguinte, e tristes, por ter estado naquele lugar maravilhoso e não poder aproveitá-lo comme il faut.

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No dia seguinte, nosso ônibus para Caracas saía às 12h30. Decidimos aproveitar a manhã em Taganga, uma simpática praia de pescadores a 15 minutos de táxi de Santa Marta.

Chegando lá, alugamos um barco que nos levou até Playa Grande, uma espécie de enseadinha, que tem ao fundo umas montanhas de vegetação de cactáceas muito curiosa.

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 A praia estava bem vazia e dava para fazer snorkel.  O barqueiro nos mostrou fotos incríveis de peixinhos que podiam ser vistos em outra praia um pouco mais adiante, cujo nome não me lembro.

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Mas já eram quase 11h e estava na hora de começar a voltar, mas no táxi a caminho de Santa Marta, ainda paramos num mirante incrível, com uma vista de tirar o fôlego. 

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Cartagena de Yndias

junho 11, 2009

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Na minha opinião,  Gabriel Garcia Marquez é o melhor escritor do mundo.  Minha opinião.  Isto posto, deixe-me começar a falar de Cartagena:  lá se passam muitos dos melhores romances do melhor escritor do mundo.  Ou seja, antes de descer do avião eu já estava perdidamente apaixonada por essa cidade cercada por uma formidável muralha, onde vive encarcerada a poesia, como se lá dentro o tempo não passasse e a cidade fosse indiferente à passagem dos carros e desse mesmo tempo lá de fora. 

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Fica difícil pensar no século XXI, com aquelas casinhas coloniais e charretes cruzando as ruas estreitas. 

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Faz um calorzinho caribenho, mas tem uma brisa que cria uma atmosfera inebriante, morena, musical, dançante, histórica…gostosa.  Como um cenário de livro do Gabo.

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Assim como Paraty e Tiradentes, Cartagena descobriu um forte apelo turístico dentro de suas muralhas, e de lá somos transportados a outro tempo, outra história, quase uma fantasia. 

 É isso, é uma ilha de fantasia.  Do lado de fora a cidade segue crescendo, tem vida própria, mas lá dentro tudo fica diferente.  Quase dá pra esbarrar em Florentino Ariza e Fermina Daza no Portal dos Dulces. 

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E pelos corredores do Convento de Santa Clara (atual moderníssimo Hotel Sofitel) pode-se sentir o roçar dos cabelos de Serva Maria, que se apaixonou pelo padre Cayetano Delaura.

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Voltando ao mundo real, a melhor coisa da cidade é se perder nas ruas cheias de gente colorida e casas cheias de flores. 

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A  pé podemos descobrir pequenas jóias como ameixas frescas no camelô, uma livraria simpática, a Ábaco,  

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e sabores locais exóticos.

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sagrado x profano

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Nessas andanças apaixonadas fomos atropeladas por um legítimo museu de esmeraldas (calle Don Sancho 36-75), onde o dono encravou um pedaço de rocha cheio de pepitas de esmeraldas, para simular uma mina verdadeira, além de selecionar algumas pedras lapidadas e maravilhosas para exibição (mulheres, não cheguem perto de lá com o cartão de crédito na bolsa, ou a viagem vai ficar caríssima)

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Os cartagenenses  a-do-ram casar, é um dos melhores programas locais.  E o curioso é que todo mundo vai de branco: a noiva, o noivo, os padrinhos, os convidados, a charrete…

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Quando consegui me libertar do transe inicial da chegada, fui visitar Iemanjá. 

Playa Blanca, by Carlota

Playa Blanca, by Carlota

 

 Traduzindo pro turistês: fui fazer um passeio de barco às Ilhas del Rosário, um arquipélago a duas horas de navegação de Cartagena, onde pode-se assistir ao show do Oceanário, ou mergulhar o snorkel na água e nadar com os peixinhos…afinal estamos no Caribe, né?  Sugiro que quem gosta de água transparente e muita vida marinha, ignore o tal show e nade com as atrações.

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O mesmo passeio (leva o dia inteiro) desembarca na Playa Blanca para almoço.  FUJA! Corra, Lola, corra.  A comida é ruim demais, parece que somos uma tropa do exército recebendo o rancho.  Devia ter levado um sanduba e ficado na praia (maravilhosa) pegando sol.  É verdade que tem um batalhão de vendedores ambulantes querendo te empurrar qualquer coisinha, mas basta uma palavra mais enérgica que eles desistem. 

O barco já está equipado com tecnologia baiana de entretenimento (axé music marítima)

axe no barco

A cidade amuralhada é tão pequenina que só dá vontade de andar a pé.  Mesmo na night, o que mais se vê é o povo na infantaria e depois se acabando de dançar salsa no complexo bailante-musical do Portal de los Dulces,  formado pelo Donde Fidel (mais popular) e o Tu Candela (mais chique)

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Ou mesmo tomando só um chopinho na Plaza Santo Domingo

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Meu boteco preferido nessa praça ficou sendo o Paco’s, pela boa música (ao vivo) e pela cerveja gelada.

Pacos

Mas não posso desprezar o Crepes & Waffles, no qual eu fiquei viciada.  Não é um restaurante típico ou pitoresco, mas eu enlouquecia com os crepes e toda hora voltava lá.  Baideuêi, essa rede de creperias está presente em toda a Colômbia, e suas funcionárias são todas mães chefes de família.  Muito simpático.

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O Lerê histórico mais importante é o Castillo de San Felipe, uma fortaleza cheia de túneis e labirintos pra criança nenhuma botar defeito

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labirinto

Nessa viagem tive a feliz surpresa de encontrar o Arthur, do Agora Vai, e por poucos dias não fizemos a mesma viagem.  A descrição dele da cidade de Cartagena é muito mais real, menos romanceada e muito engraçada, uma delícia de ler.

Pra não dizer que não falei de coisas práticas, vou falar do hotel que nós nos hospedamos, o San Diego  

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Dentro da muralha existem poucas opções de hospedagem: ou são os hotéis de luxo, como o Sofitel Santa Clara ou o El Marqués, ou são albergues bem chinfrins.  Mas o nosso conseguia ser simplinho E honesto, além de muito bem localizado, pertinho do supermercado Exito, onde até fizemos câmbio! Sem falar na atenção toda especial do staff do hotel e ainda estavamos a 5 minutos de caminhada (ou a 5.000 pesos de táxi) de qualquer lugar da cidade.  Até mesmo da praia de Boca Grande…

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A única coisa que eu não gostei em Cartagena.  E olha que eu a-do-ro praia.  Pode ter sido a combinação de prédios gigantescos com areia preta e mar marronzinho

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Ou ainda a chuva torrencial que caiu nesse dia.  Eu procurava o MEU mar do Caribe, com aquelas cores estonteantes e via a praia da Ilha do Governador.  Fiquei a ver navios…

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Mas isso não tirou meu ânimo.  Continuo apaixonada pela cidade.  Acho que Cartagena deveria ser o hub do Caribe.  Seria sensacional TER QUE passar por lá pra visitar aqueles mares.  Com certeza eu volto lá, quem sabe pra tomar uma cerveja com o Gabo? Sonhar não custa nada.

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Mais Cartagena aqui.

Fotoblog – fachadas de Cartagena

junho 1, 2009

Enquanto eu não acho palavras suficientes para expressar minha perdida paixão por essa cidade histórica do Caribe (sempre lá…), deixo vocês com uma amostrinha da beleza das fachadas de Cartagena de Índias.  Elas pertencem a uma época em que as pessoas não precisavam se empilhar para morar.

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