A Carlota fez essa mesma viagem à Colômbia no carnaval, e uma das coisas que ela mais gostou (e eu não tive tempo de fazer) foi visitar o Parque Tayrona, em Santa Marta, um sub passeio pra fazer em Cartagena. A seguir psicoteclo o relato dela:
Colômbia também é ecoturismo! Em Santa Marta está o segredo ecológico mais diversificado do Caribe, o Parque Tayrona, que oferece uma miríade de programas de índio adoráveis, dentre eles a tal Ciudad Perdida, uma caminhada de seis dias pela trilha. Como nossa passagem foi breve, não tivemos oportunidade de desfrutar de muitas aventuras, mas com a pequena amostra do que foi possível conhecer em menos de 48 horas, ficou uma vontade imensa de voltar para aproveitar com calma o que essa terra tem para oferecer.
O último ônibus de Cartagena de Índias para Santa Marta saía às 7h ou 8h da matina, portanto resolvemos viajar num serviço de van contratado pelo próprio hotel. Apesar de ser um pouco mais caro que o ônibus, parece um serviço muito comum e bastante utilizado pelos colombianos, que, por unanimidade, não recomendam a viagem de ônibus.
Chegamos às 13h55 ao hotel, onde a van nos apanharia às 14h, mas eles já haviam passado. O próprio recepcionista (concierge dos pobres) se encarregou de resolver o problema, e conseguiu outra (tel 3114078685 Habib placa 516). e por volta de 14h30 já estávamos com o pé (as rodas) na estrada para uma viagem de umas 4 horas.
Em Santa Marta já tínhamos reserva no Hotel Nueva Granada (Calle 12, No. 3-17, tel 4312568 e 4210685), que fica na parte antiga da cidade. O hotel é bem simplesinho, mas atendeu às nossas expectativas. Nosso tempo em Santa Marta era curto, precisávamos agilizar o passeio ao Parque Tayrona para o dia seguinte.
Como chegamos domingo à noite e o hotel foi bem recomendado, decidimos agendar lá mesmo nossa excursão para a manhã seguinte. A única opção oferecida para transporte até a entrada do parque nos apanharia no hotel às 10h30, e a informação obtida era a de que não valia a pena sair antes utilizando outro transporte, pois nesse caso, o ponto onde nos deixariam (El Zaino – km 35) ficava a pelo menos a 1 hora de caminhada da entrada do Parque.
Comparada à Cartagena, Santa Marta é uma cidade muitíssimo mais modesta. Apesar da enorme quantidade de obras, a impressão é a de que o ecoturismo ali atrai mochileiros do mundo todo, sem a menor disposição para gastar dinheiro. Nessa vibe “budget”, jantamos no Welcome, bem pertinho do hotel.
Aproveitamos o começo da manhã para comprar as passagens de ônibus para Caracas e fazer câmbio, e às 10h30 já estávamos no nosso transporte 😆 para a entrada do parque Tayrona.
A primeira praia, Cañaveral, não é grande coisa e fica a uns 15 minutos a pé da entrada do parque. Ali estão instaladas os tais ecohabs, umas cabanas chiquezinhas, onde o povo se hospeda, faz massagens, banhos com ervas e terapias corporais… praticamente um spa indígena.
As praias mais bacanas ficam depois da trilha de aproximadamente 1 hora de caminhada pela mata.
O primeiro e o último terço dessa trilha são quase geriátricos, de tão fáceis, mas o terço médio tem umas pedras meio escorregadias e complicadas. Mesmo assim, nada a ponto de a chuva fina que começava a cair tornar desagradável a caminhada.
Quando chegamos à praia de Arrecifes, embora o tempo já estivesse bem fechado, a imagem daquelas montanhas verdes ao fundo tornava impossível não notar a semelhança com o litoral da Rio-Santos.
Como já eram quase 2 da tarde, pensamos em deixar alguma comida encomendada no único restaurante que havia por ali, para mastigar quando estivéssemos de volta, mas ao assuntar com o garçon, chegamos à conclusão de que o tempo estava escasso, pois o último transporte de volta para Santa Marta saía às 18h ou 18h30 – as informações eram controvertidas – da entrada do parque, ponto que ficava ainda a 1 hora de trilha. Optamos então por prosseguir sem pensar em comida mesmo, e não nos arrependemos, pois as praias em seguida, Las Piscinas e Cabo San Juan, eram cada uma mais bonita do que a outra.
Na última delas havia um camping, com estrutura bem simples, onde as pessoas dormem em redes.
Os horários dos transportes indicam que ninguém vai ao Parque para voltar no mesmo dia. Só nós, que no dia seguinte iríamos de ônibus para a Venezuela. Já ia ficando tarde, mas não nos conseguíamos nos conformar em voltar sem pelo menos dar uma espiada naquelas praias lindas. Quando nos demos conta, já eram quase 17h, e ainda estávamos em Cabo San Juan. Voltamos em disparada, desembestadas pela trilha escorregadia, quando desabou o maior aguaceiro, encharcando nossas mochilas e documentos. Não sei como, mas conseguimos fazer o percurso todo em 45 minutos. Quando chegamos, acabava de sair um microônibus. Acabamos conseguindo outro transporte para Santa Marta e ficamos ao mesmo tempo felizes, porque precisávamos voltar para viajar no dia seguinte, e tristes, por ter estado naquele lugar maravilhoso e não poder aproveitá-lo comme il faut.
No dia seguinte, nosso ônibus para Caracas saía às 12h30. Decidimos aproveitar a manhã em Taganga, uma simpática praia de pescadores a 15 minutos de táxi de Santa Marta.
Chegando lá, alugamos um barco que nos levou até Playa Grande, uma espécie de enseadinha, que tem ao fundo umas montanhas de vegetação de cactáceas muito curiosa.
A praia estava bem vazia e dava para fazer snorkel. O barqueiro nos mostrou fotos incríveis de peixinhos que podiam ser vistos em outra praia um pouco mais adiante, cujo nome não me lembro.
Mas já eram quase 11h e estava na hora de começar a voltar, mas no táxi a caminho de Santa Marta, ainda paramos num mirante incrível, com uma vista de tirar o fôlego.